O vencedor do Prémio Pfizer 2006 de Investigação Clínica, ontem entregue em Lisboa, pertence a uma equipa do Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem (IBILI) da Universidade de Coimbra.
A vitória vai assim, para a descoberta de novos mecanismos que provocam perturbações da visão, nos casos de Síndroma de Williams, o que ajudará a conceber técnicas de treino para os doentes.
Os investigadores concluíram no seu estudo que, ao contrário do esperado, os mecanismos neuronais de lesão a nível da retina e do cérebro são independentes, devendo conduzir
“a estratégias diferenciadas de reabilitação cognitiva”, revelam os especialistas ao Diário das Beiras.
Utilizando novas técnicas de imagem médica e neurofisiológica, demonstraram que, em caso de Síndroma de Williams, as camadas de neurónios mais externas da retina estão lesadas. Esta perturbação está relacionada com défices visuais básicos da percepção do movimento local. Tendo os investigadores conseguido demonstrar que é possível compensar a nível cerebral estes défices locais.
Este estudo ajuda a conceber técnicas de treino, por exemplo através de videojogos, que melhorarão a qualidade de vida das pessoas com esta doença, mas também com outras doenças, como a dislexia, que afecta cerca de 15% da população mundial.
Outros Galardões:
O Prémio Pfizer de Investigação Básica foi também entregue ontem, e distingue um trabalho desenvolvido por uma equipa do
Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) do Porto. Os investigadores são os autores de um estudo sobre uma proteína, que quando está alterada causa a Paramiloidose, também chamada de «doença dos pezinhos».
Ficou demonstrado que esta proteína, no seu estado normal, aumenta a regeneração nervosa, o que poderá ajudar à recuperação de lesões do sistema nervoso periférico.
Também a um investigador do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde, em Braga, foi entregue a Bolsa Pfizer de Investigação em Oncologia e Doenças Oncológicas, Prof. Francisco Gentil, no valor de 60 mil euros.
O estudo analisou os tumores cerebrais e as alterações genéticas de uma molécula. Tumores que são na sua maioria malignos e de grande agressividade, com uma taxa média de sobrevivência de apenas um ano.
O Prémio Pfizer de Investigação, atribuído pela Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, distingue os melhores trabalhos em qualquer domínio da investigação básica e clínica, elaborados total ou parcialmente em instituições portuguesas por investigadores portugueses ou estrangeiros.
Este que é o mais antigo galardão nesta área em Portugal, comemora este ano o 50.º aniversário.