O papa Bento VI vai à Turquia esta terça-feira para tentar reatar o diálogo com o mundo muçulmano, estremecido depois de um polémico discurso feito na Alemanha, que ofendeu parte da comunidade islâmica mundial.Segundo o DN, o Vaticano afirma que "o papa deseja mandar uma mensagem de amizade ao mundo muçulmano".
Bento VI está decidido a levar a cabo a visita, mesmo depois de cerca de 20 mil muçulmanos participarem numa manifestação nas ruas de Istambul, para protestar contra a sua visita ao país. Mas apesar dos vários protestos, e ainda segundo o DN, o seu porta-voz, o padre Federico Lombardi, acredita que a segurança do pontífice não está ameaçada: "O clima não é particularmente tenso e não se deve temer pela vida do papa".
A manifestação de domingo foi a mais recente, das várias realizadas nos últimos meses na Turquia, contra a sua visita, sendo por isso considerada uma missão delicada e perigosa. Vários muçulmanos, incluindo o chefe da igreja turca, exigem desculpas do papa por causa do discurso feito na Alemanha, em Setembro, que provocou violentas reacções no mundo islâmico, por ser considerado ofensivo à religião de Maomé. Tendo Bento VI, já por duas vezes explicado publicamente, que as suas palavras foram mal-interpretadas.
A viagem estava programada há já bastante tempo, tendo como objectivo uma reaproximação com os ortodoxos, o que é uma prioridade para o pontífice. Mas o incidente provocado pelo discurso na Alemanha, colocou o diálogo com o Islão em maior evidência.
Os católicos estão em minoria na Turquia, sendo apenas cerca de 40 mil fiéis, e não sendo a igreja católica reconhecida oficialmente no país. Grande parte considera que os seus direitos e liberdade não são respeitados, sendo este um dos temas que o papa deverá abordar durante a sua visita.
