Festa da Francofonia marca presença no Porto

Nesta última semana da 6 ª edição da Festa da Francofonia, entre as muitas iniciativas que fazem parte da programação, marca presença hoje, no Porto, o filme francês “Génesis” de Claude Nuridsany e Marie Pérennou. E amanhã "Le Dernier Trappeur”, um filme franco-canadiano de Nicolas Vanier.

Os filmes de língua francesa serão legendados em português. “Génesis” (2004) é um eloquente documentário sobre a criação do universo, que retrata em 80 minutos o nascimento da vida: Um feiticeiro africano conta, servindo-se da linguagem imaginária dos contos, uma história verdadeira – a história de todos nós. Do nascimento do universo e das estrelas aos inícios vulcânicos, do aparecimento da vida à conquista da terra, esta odisseia, que se baseia na visão científica da criação do universo, é um encontro entre a poesia e a ciência.

“No coração das Montanhas Rochosas” (traduçao portuguesa de "Le Dernier Trappeur”) (2004), mostra-nos a realidade de Norman Winther, um dos últimos caçadores a viver em harmonia com a natureza, à margem dos confortos da sociedade moderna, numa relação de troca profunda entre o conhecimento do meio e o respeito pelo seu equilíbrio natural. Ritmado pelas estações do ano, este filme leva-nos à descoberta de um outro mundo e é um hino à grandiosidade dos vastos espaços selvagens do Norte do Canadá.

Este Ciclo de Cinema de língua francesa, organizado pelo instituto franco-português, decorre no Porto, hoje e amanhã, pelas 10h30 no Shopping Center Cidade do Porto. As entradas são gratuitas no limite dos lugares disponíveis.


Outros eventos:

Também no Porto e na Maia, nos dias 24 e 28, o Café Teatro do Campo Alegre e o Auditório da Maia acolhem às 16h00 e às 21h30, respectivamente, o espectáculo suíço «Jeanne d’Arppo», escrito e interpretado por Gardi Hutter. Referência na arte do clown, a peça conta as aventuras de uma lavadeira que sonha ser Jeanne d’Arc e transforma a lavandaria num campo de batalha.

A suiça Gardi colaborou com alguns dos melhores circos do mundo. Criou cinco espectáculos e deu 2300 representações em mais de 20 países, recebendo inúmeros prémios e distinções. É uma das grandes referências nesta arte peculiar de ser palhaço.

Pode ainda ser apreciado até ao dia 23, na Biblioteca central da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, “Les Mots Migrateurs”, uma exposição sobre a viagem das palavras.

O evento encerra no dia 23 com um evento dedicado à gastronomia de cada um dos países participantes.

A festa da Francofonia é organizada tendo como lema “Viver juntos, diferentes”, e conta com participações de Andorra, Bélgica, Canadá, França, Luxemburgo, Marrocos, Roménia, Suiça, e Tunísia. A prioridade da iniciativa recai na diversidade cultural e na partilha da língua e valores como a paz e a solidariedade.

Poetas contemporâneos reunem-se para celebrar Dia Mundial da Poesia

Grandes autores da poesia contemporânea reunem-se em Leiria para comemorar o Dia Mundial da Poesia.

O nome escolhido para o evento é homónimo do último livro de José Tolentino Mendonça, um dos autores com presença marcada na cidade do Liz.

Escritores como Amélia Pinto Pais, Ana Luísa Amaral (distinguida pelo seu livro "Génese do Amor", no Correntes d’ Escritas 2007 com o Prémio Literário Casino da Póvoa), Jorge Melícias, Jorge Rui Teixeira, Manuel António Pina e Valter Hugo Mãe, vão estar presentes no evento.
Às 18h serão recitados poemas dos autores presentes, com a aprovação das editoras Assírio & Alvim, Quasi e Cosmorama, editoras de referência do campo da poesia, no mercado português.

Casa da Juventude da Póvoa de Varzim promove concurso de fotografia

Estão abertas as inscrições para o Concurso Nacional de Fotografia, na Póvoa de Varzim, desde o dia 13 de Março até 20 de Maio de 2007. O concurso destina-se a jovens dos 15 aos 35 anos e tem a iniciativa da Casa da Juventude.
Acompanhado de novas temáticas para a apresentação de trabalhos, o concurso aceita fotografias nas categorias “charme”, “retrato”, “desporto” e “cartaz 2008”, pretendendo esta última condecorar a melhor fotografia a usar no cartaz promocional da edição de 2008 do concurso.Os participantes vão poder apresentar até três trabalhos por categoria, com fotografias a preto e branco ou mesmo a cores. Quanto aos prémios, estes diversificam entre os 250 e os 750 euros.Tal como nos concursos anteriores os participantes devem entregar os trabalhos na Casa da Juventude e ter nacionalidade portuguesa.A atribuição dos prémios realiza-se no dia 16 de Junho, decorrente da cerimónia das festas da Povoa de Varzim. Os interessados a participar, devem inscrever-se até ao dia 20 de Maio.

A vitória pela voz de Carlos Oliveira

O vencedor do concurso para a criação do videoclip da banda Incubus, descreve a vitória como “muito gratificante”. Revelou-nos que, foi a hipótese de fazer um videoclip animado, com ilustrações que o intrigavam e interessavam que o levaram a concorrer. “Mal vi as ilustrações, sem saber do concurso, desabafei que seria uma pena se fossem apenas mais uma banda com uma arte fantástica à volta do CD e nunca viessem a aproveitar para enfeitar animadamente”, declarou o vitorioso. Para ele a vitória, não passava de um sonho que, se realizou e surpreendeu-o pela positiva.
Quanto ao tempo passado com a banda afirmou:”Não estive muito tempo com eles. Estive quase o mesmo tempo de um fã (…) para pedir um autógrafo”.
Na concepção da animação auxiliou-se do programa que usa habitualmente no trabalho como ilustrador, o Flash, demorando cerca de um mês e meio.
A repetição da experiência é algo a pensar caso seja solicitado para isso, diz Carlos.

As repercussões da vitória
O designer faz um balanço positivo da vitória e, segundo ele “até agora as coisas têm corrido bem”.
Afirma ainda que, “está a tentar gerir, digerir, isto da melhor forma que consegue e, tentar aproveitar as coisas, mas de forma saudável e minimamente consciente”.

Perspectivas do sucesso do videoclip
O baterista da banda Dropnoiz, não consegue fazer uma avaliação concreta do sucesso que o videoclip está e poderá fazer, uma vez que, é um single “exclusivamente americano”. Contudo, através do Youtube, a recepção está a superar as expectativas do autor da animação.

Beneficio para Portugal
A vitória poderá “fazer com que algumas pessoas pensem duas vezes em vez de riscar o nome do nosso país da lista de países sem muito interesse, no que diz respeito a conteúdos gráficos”. O seu sucesso poderá ser encarado como um estímulo a outros portugueses.

Para melhor conhecerem o trabalho dos Dropnoiz e dos [ VIII.III.D] visitem o seu site.

Eutanásia passiva e indirecta em Espanha

Foi no dia 15 de Março de 2007 que, Inmaculada Echevarría de 51 anos, viu o seu desejo, de desligar o ventilador que a mantinha viva, cumprido. Inmaculada Echevarría sofria de distrofia muscular progressiva, doença que a mantinha presa a uma cama há nove anos. Em Novembro de 2006, pediu que lhe desligassem o ventilador. Na altura, explicou que a sua decisão já estava tomada desde os 20 anos, altura em que soube da doença e da possibilidade de ficar presa a uma cama. “Não aceito que meios artificiais mantenham a minha vida. Não tenho medo de morrer e não quero continuar assim”, afirmou em Novembro do ano passado.
O Governo de Andaluzia decidiu, no início deste mês, que iria satisfazer o desejo de Echevarría. Essa decisão baseou-se em pareceres do Conselho Consultivo da Anadaluzia, que considerou que o pedido para desligar o ventilador, consistia num caso de eutanásia passiva indirecta. Sendo assim, os médicos que a assistissem não estariam a cometer qualquer falta com a justiça. A doente, que há dez anos se encontrava no Hospital San Rafael de Granada, gerido por uma ordem religiosa, foi transferida para uma unidade de saúde publica, Hospital San Juan, onde acabou por falecer. A transferência, aconteceu a pedido de uma ordem religiosa, e, depois de várias criticas de outros sectores religiosos. Esta, considerou o pedido de Inmaculada “correcto e aceitável, do ponto de vista jurídico e ético”.
A equipa que desligou o ventilador, tomou todas as medidas para que Echevarría "não sofresse qualquer dor".

Exposição de fotografia austríaca inaugurada em Braga

O embaixador da Áustria em Portugal, Edwald Jager, inaugurou ontem no Museu da Imagem, em Braga, a exposição de fotografia contemporânea austríaca “A pátria está ao virar da esquina”.

Edwald Jager foi recebido pelo presidente da Câmara de Braga, Mesquita Machado e pela vereadora da Cultura, Ilda Carneiro para dar início a esta mostra colectiva patrocinada pela embaixada da Áustria.

Nesta exibição, dedicada a um contexto geográfico e simultaneamente temático, o argumento baseia-se no tema “pátria”, enquadrado numa perspectiva e estéticas austríacas.

Através da obra de 14 fotógrafos são analisadas as diversas visões daquele país, sendo ainda promovido um «debate relacional entre a realidade e a sua imagem, questionando repetidamente a possibilidade de representação do mundo».

“Um dos temas fortemente presente é a análise de acontecimentos políticos recentes e passados, assim como o catolicismo – religião dominante na Áustria e de vários reflexos sociológicos, tais como as obsessões sexuais, a imagem tópica do país, a relação entre a natureza e cultura, o turismo, a vida no campo e a vida na cidade, a região alpina, as velhas e as novas gerações, os mundos interiores e a relação com os bens culturais”, refere Rui Prata, director do Museu da Imagem.

Diferentes concepções e usos da arte da fotografia são retratadas por diversas gerações de artistas, de Erwin Wurn, Muntean/Rosenblum, Lois Renner ou Elke Krystufek, a Leo Kandl, Eva Schlegel, Friedl Kubelka, Margherita Spiluttini, Dieter huber, ou ainda Norbert Becwar e Martin Krenn.

“A Pátria está ao virar da esquina” vai estar em exposição até 29 de Abril no Museu da Imagem, que abre as portas de terça a sexta-feira, das 11h00 às 19h00 e aos sábados e domingos, das 14h30 às 18h30, estendo-se ainda à Casa dos Crivos, em Braga.

Artemrede apresenta criação própria

Pela primeira vez, a associação Artemrede Teatros Associados apresenta um projecto inédito de criação própria, integrando três companhias de dança e o coreógrafo Rui Lopes-Graça. O espectáculo será apresentado no último trimestre deste ano.
Na programação para este ano, com orçamento superior ao do anterior – 1.153.000 euros, destacam-se as actividades culturais para crianças e jovens e a música, com 14 e 13 produções respectivamente. Havendo lugar ainda para Teatro, Dança, Novo Circo ou Produções Multidisciplinares e Cinema.

A Associação, sem fins lucrativos, que integra 15 municípios e uma instituição privada de ensino, vai decorrer em 18 equipamentos culturais “procurando responder às necessidades específicas de cada concelho, não havendo uma receita igual para todos” afirmou a nova directora executiva da Artemrede, Ana Coelho, acrescentando ainda que “o objectivo da Associação é a de a longo prazo fidelizar públicos, criando e formando-os agora, democratizando, desta forma, o acesso às artes do espectáculo”.

Na apresentação do programa, em Lisboa, o vereador da Cultura da Câmara de Sintra e vice-presidente da Associação, Luís Patrício, revelou a pretensão de, em 2007, apostar na qualificação não apenas de conteúdos, como também de pessoal técnico, fazendo um balanço positivo da actividade da Associação: “O ano de 2005 foi o do lançamento da Associação, o ano passado correspondeu à consolidação do projecto, este ano será o da qualificação sob o lema «juntos mais fortes»”.

O vice-presidente evidenciou ainda o esforço efectuado na recuperação de alguns equipamentos e a vontade da reedificação e construção de outros, anunciando para Setembro a reabertura do Cine -Teatro de Alcanena.

Em 2006, a Artemrede Teatros Associados apresentou 202 sessões de 36 espectáculos, aos quais assistiram cerca de 17 mil espectadores.

Fundada em 2005, esta é a maior rede cultural do país, tendo como missão promover a qualificação e a descentralização da cultura e pretendendo ser um complemento à actividade cultural própria de cada autarquia.

A agenda para os próximos dias fica a cargo do grupo A Tarumba, com “O Guarda Da Noite”: Em Abrantes, sexta, 16 de Março, pelas 10h30, no Cine-Teatro São Pedro. E quinta, 12 de Abril, no Centro Cultural do Entroncamento.

Dot.com de Luís Galvão Teles estreia a 5 de Abril nos cinemas portugueses

Estreia a 5 de Abril nas salas de cinema "Dot.com", o mais recente filme de Luís Galvão Teles, uma comédia «humanista», cujo tema central são as novas tecnologias de informação e o impacto da Internet numa aldeia do interior do país, quando confrontada com a chegada de uma multinacional espanhola.
A pacatez da povoação de Águas Altas é quebrada pela chegada de um jovem engenheiro que, empenhado na construção de uma entrada, acaba por ligar a localidade ao mundo através de um site na Internet. Os problemas começam quando o director de uma multinacional espanhola, com o mesmo nome que a aldeia, reivindica os direitos de autor do site. A disputa entre ambos – David e Golias – é uma espécie de confronto que provoca as mais hilariantes situações.

O cenário escolhido para as filmagens foi a pastoril aldeia de Dores, em Ferreira do Zêzere, com apenas 22 habitantes (colaboradores em várias cenas). E a acção decorre praticamente toda neste local – com excepção de uma cena em Madrid e outra em Tomar.

"Dot.Com" tem um orçamento de cerca de dois milhões de euros e é produzido pela portuguesa fado Filmes, em co-produção com outras quatro empresas internacionais de Espanha, Irlanda, Reino Unido e Brasil.

Com argumento de Suzanne Nagle, este filme é essencialmente sobre pessoas, sobre um povo e os seus sentimentos. Integra no elenco João Tempera, Marco delgado, Maria Andaluz e Isabel Abreu, entre outros actores portugueses e espanhóis.

Galvão Teles, de 62 anos, que já foi nomeado no Festival de Cinema Cinequest de São José com “Elles” (1997), na categoria de Melhor Filme, é ainda autor de várias outras películas, desde “Bestiaire” (1970) ou “A Vida é Bela” (1981), até ao seu mais recente “Dot.Com”.

John Gray apresenta "Sobre Humanos e Outros Animais" em Lisboa

Um dos mais influentes pensadores contemporâneos, o filósofo britânico John Gray vai estar em Lisboa, de 7 a 9 de Março, para apresentar o livro "Sobre Humanos e Outros Animais", editado pela Asa.

Génio para alguns, catastrófico para outros, John Gray causa mais impacto a cada obra publicada. Enquanto a maioria dos filósofos ocidentais, desde Platão, diz que somos humanos, neste seu último livro, o polémico escritor defende que “se olharmos bem para o espelho, veremos um animal”.

O prefácio à segunda edição, que abre a edição portuguesa, é uma boa síntese dos seus raciocínios e levam à conclusão com que encerra o livro: "Os outros animais não precisam de um propósito na vida. Contraditoriamente, o animal humano não pode viver sem ele”.

Num dos últimos números da Spectator, o filósofo escreve (num artigo sobre a nossa civilização e o Islão), que este livro “é uma análise profunda sobre as fronteiras que aparentemente nos separam de quem não tem e não tem necessidade de fingir que tem códigos sociais”.

Desmistifica ainda a questão dos bombistas suicidas, referindo que foi algo já usado há muitos anos pelos tigres tamil, pelos hundus marxistas-leninistas ou pelo Hezbollah nos anos 80 contra alvos argelinos, franceses e americanos. E recorda que o IRA causou mais vítimas inocentes na Grã-Bretanha do que os islamitas.

Gray é um dos pensadores associados à Nova Direita que mais influência teve na ascensão ao poder de Margaret Thatcher, e que depois rompeu com a sua doutrina para apoiar o hoje primeiro-ministro Tony Blair – de quem agora é crítico. O escritor recusa a coerência fácil ou a cristalização das próprias ideias e não se importa de abandonar a defesa das suas teses se concluir que estão equivocadas ou ultrapassadas.

Licenciado em filosofia pela Universidade de Oxford e actualmente professor de Pensamento Europeu na London School of Economics, o filósofo de 58 anos é autor de 15 livros, entre eles: “O Falso Amanhecer”; “Al Quaeda e o Que Significa Ser Moderno” ou “Cachorros de Palha”.