quinta-feira, março 01, 2007

John Gray apresenta "Sobre Humanos e Outros Animais" em Lisboa

Um dos mais influentes pensadores contemporâneos, o filósofo britânico John Gray vai estar em Lisboa, de 7 a 9 de Março, para apresentar o livro "Sobre Humanos e Outros Animais", editado pela Asa.

Génio para alguns, catastrófico para outros, John Gray causa mais impacto a cada obra publicada. Enquanto a maioria dos filósofos ocidentais, desde Platão, diz que somos humanos, neste seu último livro, o polémico escritor defende que “se olharmos bem para o espelho, veremos um animal”.

O prefácio à segunda edição, que abre a edição portuguesa, é uma boa síntese dos seus raciocínios e levam à conclusão com que encerra o livro: "Os outros animais não precisam de um propósito na vida. Contraditoriamente, o animal humano não pode viver sem ele”.

Num dos últimos números da Spectator, o filósofo escreve (num artigo sobre a nossa civilização e o Islão), que este livro “é uma análise profunda sobre as fronteiras que aparentemente nos separam de quem não tem e não tem necessidade de fingir que tem códigos sociais”.

Desmistifica ainda a questão dos bombistas suicidas, referindo que foi algo já usado há muitos anos pelos tigres tamil, pelos hundus marxistas-leninistas ou pelo Hezbollah nos anos 80 contra alvos argelinos, franceses e americanos. E recorda que o IRA causou mais vítimas inocentes na Grã-Bretanha do que os islamitas.

Gray é um dos pensadores associados à Nova Direita que mais influência teve na ascensão ao poder de Margaret Thatcher, e que depois rompeu com a sua doutrina para apoiar o hoje primeiro-ministro Tony Blair – de quem agora é crítico. O escritor recusa a coerência fácil ou a cristalização das próprias ideias e não se importa de abandonar a defesa das suas teses se concluir que estão equivocadas ou ultrapassadas.

Licenciado em filosofia pela Universidade de Oxford e actualmente professor de Pensamento Europeu na London School of Economics, o filósofo de 58 anos é autor de 15 livros, entre eles: “O Falso Amanhecer”; “Al Quaeda e o Que Significa Ser Moderno” ou “Cachorros de Palha”.