domingo, janeiro 21, 2007

Morreu a poetisa Fiama Hasse Pais Brandão

Morreu aos 69 anos em Lisboa, vítima de doença de Parkinson, a poetisa Fiama Hasse Pais Brandão. Foi também dramaturga, ensaísta e tradutora, mas o seu talento destacou-se sobretudo na Poesia. O "Aquário", "Cantos do Canto" ou "Obra Breve" são alguns dos títulos mais significativos da sua obra poética.
A escritora, nascida em 1938, em Lisboa, recebeu em 1957 o Prémio Adolfo Casais Monteiro por "Em Cada Pedra Um Voo Imóvel". E mais recentemente, em 1996, o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores. Em 2001 foi uma das galardoadas com o Prémio Literário do PEN Clube Português, com o livro "Cenas Vivas".

Depois de ter casado com o poeta Gastão Cruz, dedicou-se à escrita para teatro, sendo uma das fundadoras do Teatro Hoje, em 1974. Tendo sido já em 1961, com a sua primeira peça "Os Chapéus-de-chuva", distinguida com o Prémio Revelação de Teatro.


Traduziu Brecht, Artaud e Novalis e colaborou com revistas literárias, como Seara Nova, Cadernos do Meio-Dia, Brotéria, Vértice, Plano, Colóquio-Letras, Hífen, Relâmpago e Phala.



Ao nível do ensaio escreveu, entre outros, "O Labirinto Camoniano e Outros Labirintos", sobre a influência cabalística em diversos autores portugueses dos séculos XVI a XVIII.

Para a eternidade fica a sua obra, como este poema de sua autoria: "Tantos poetas morreram, em minha vida, / antes de mim, não só no sangue ou só na carne, / mas na portuguesa língua. / Deles fica a obra que fizeram. / Todavia vocábulos, para sempre / insonoros, ou no futuro incriados, / demonstram que os poetas todos / morrem sempre mais na língua".