Na abertura do Fórum de Cooperação Empresarial Portugal China 2007, em Pequim, Manuel Pinho apelou ao investimento chinês em Portugal, alegando que os custos salariais são inferiores à média da União Europeia (UE) e têm uma menor pressão de aumento do que nos países do alargamento. O BE, PCP e CDS-PP já criticaram as declarações de Manuel Pinho.
Segundo o Diário de Notícias, o debutado do BE, Fernando Rosas, disse em declarações à Agência Lusa, que o ministro da Economia entrou em "contradição gritante" com a "retórica do Governo" sobre requalificação, ao apontar os salários baixos como uma razão para a China investir em Portugal. Acrescentando ainda que "de repente, na visita à China, o factor competitivo já é a mão-de-obra barata".
Para Fernando Rosas, "é extraordinário e pelo menos lamentável" que o ministro da Economia, no decurso de uma visita oficial à China, tenha "valorizado a mão-de-obra barata disciplinada e que não tenha reivindicado nada".
Também o deputado comunista, Jorge Machado, referiu que "as declarações do ministro constituem a prova de que, ao contrário do que foi afirmado pelo Governo, não há qualquer intenção de mudar o modelo de desenvolvimento" e que "os baixos salários continuam a ser a referência quanto à competitividade".
Jorge Machado acrescentou que o PCP pretende confrontar Manuel Pinho com o assunto, quando o ministro for à reunião da comissão parlamentar de Economia, que ainda não está agendada.
Do CDS-PP, Diogo Feio, considera "inaceitáveis" as declarações do ministro da Economia, comentando que "Se não fosse uma tragédia teria de ser comédia", e dizendo que “o factor essencial da competitividade de uma economia não deve ser o preço da mão-de-obra. É mau demais para ser verdade. Apresentar Portugal como uma espécie de paraíso da União Europeia pelo preço da mão-de-obra é inaceitável, ainda para mais quando se está na China", conclui.