sábado, janeiro 13, 2007

Maioria dos portugueses opõe-se a casamentos homossexuais

Os portugueses estão entre os europeus que menos concordam com o casamento entre homossexuais ou a adopção de crianças por casais do mesmo sexo, segundo um estudo sobre a opinião pública na União Europeia, divulgado por Bruxelas e publicado pelo Diário de Notícias.

As conclusões de um inquérito realizado no passado ano, em que foram ouvidas quase 30 mil pessoas nos 25 Estados-membros, mostram que 44 por cento dos europeus estão de acordo com o casamento entre homossexuais, sendo essa percentagem de apenas 29 por cento em Portugal.
(O inquérito alargou-se já à Bulgária e Roménia, bem como à Croácia, Turquia e comunidade cipriota turca).

Como valores pessoais mais importantes, os europeus elegem o usufruto da paz e o respeito pela vida humana e pelos direitos do Homem. No entanto, quanto a outras questões, os resultados variam muito de país para país. Do lado dos mais conservadores estão a Letónia (12 por cento), Chipre (14 por cento) e a Grécia (15 por cento). Já a Holanda (82 cento), a Suécia (71 por cento) e a Dinamarca (69 cento) têm uma posição diferente.

Portugal contrasta com a vizinha Espanha, onde 56 por cento estão de acordo com os casamentos homossexuais e onde este é já autorizado. Assim como na Holanda, Bélgica, Suécia e Reino Unido.

A opinião sobre a adopção de crianças por casais homossexuais segue a mesma tendência, com 19 por cento de portugueses a afirmar o seu acordo, numa média europeia de 32,5 por cento.

A Polónia (7 por cento), Malta (7 por cento) e Letónia (8 por cento) são os que menos aceitam esta possibilidade, enquanto que do outro lado da lista, estão mais uma vez, a Holanda (69 por cento), Suécia (51 por cento) e Dinamarca (44 por cento).

Por outro lado, foi também apurado neste inquérito que, Portugal bate o recorde dos que concordam com a necessidade de mais igualdade e justiça, mesmo que isto signifique menos liberdade para o indivíduo, com 80 por cento dos inquiridos a concordar com a afirmação, para uma média europeia de 64 por cento.

Mas surpreendentemente, os portugueses estão entre os que pensam que os imigrantes contribuem muito para o país, com 66 por cento de respostas nesse sentido, contra uma média europeia de 40 por cento.

Também metade dos portugueses (50 por cento) pensa que a religião tem um peso demasiado importante na sociedade, contra 46 por cento na UE. No que respeita à legalização de «cannabis», os portugueses (27 por cento) estão perto da média europeia (26 por cento).